terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Especiarias: Uma metáfora.



Cravos-da-índia
Canela
Noz Moscada
Açafrão
Cardamomo
Anis-estrelado
Malaguetas
Curcuma
Cominho
Tamarindo
Baunilha
Mostardas
Endro
...
Nenhum outro item culinário possui tão determinante papel na história da humanidade quanto as “ESPECIARIAS”.

Travaram-se guerras. Floresceram e pereceram nações. Abriram-se rotas comerciais. Mudaram-se hábitos.

Foram os antigos latinos os primeiros a atribuírem a algumas drogas e substâncias aromáticas uma designação próxima ao termo especiaria; Species, ei; mas, foram os franceses que alargaram o âmbito de uso do termo a produtos alimentares estimulantes do apetite e a drogas medicinais de origem exótica.

De uso gastronômico, na farmacopéia, na fabricação de corantes e tintas, no tingimento de tecidos, na perfumaria e cosmetologia, ligadas a rituais religiosos; sabe-se que desde tempos imemoriais as especiarias foram utilizadas pelos povos do oriente, transportadas por mar, chegando a imperadores e homens do povo. Produtos vendidos de mão em mão, a pequenas quantias, a preços elevadíssimos o que, aumentava o fascínio - também vinham elas de terras distantes encobertas em véus de mistério e sedução.

O “Ouro Aromático” com o tempo passa a ser utilizado como tempero e, principalmente, como conservante das carnes. Portugal protagonizara verdadeira epopéia marítima na ambição de alcançar especiarias. No verão de 1499, Vasco da Gama retorna ao reino, ao contornar a África e descobrir o “Caminho Marítimo para as Índias”.

Percorrer a trilha das especiarias passa por diversos territórios – histórico, geográfico, mítico, medicinal, gastronômico e, por que não pela metáfora da arte?

Quase que ilhados, sem nossos temperos da alma, sem "conservadores" do espírito, buscamos longe uma rota que nos forneça o “aroma” da vida, da arte, e por que não de nossas existências.
“Por mares navegados”, nosso “Porto” descarrega especiarias/ especiais.
Um “Ouro Aromático Colorido” entranhado em nosso fazer arte, em nossa “cidade cultura”, num comércio de “especiais” temperos da alma.

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